sexta-feira, fevereiro 01, 2008

OLIVIA BYINGTON – “A vida é perto”

Olivia Byington lançou o seu décimo disco em 2005 em Portugal e só em 2006 no Brasil. Esta ordem não existiu à toa, é que este é o disco mais português da cantora. Em primeiro lugar por ser composto, quase na totalidade, por parcerias da própria cantora com o poeta português Tiago Torres da Silva, depois por recorrer a arranjos do virtuoso guitarrista Pedro Jóia e, por último, por fazer uma declaração de amor a Lisboa, à luz de Lisboa, aos amores de Lisboa, a tudo aquilo que Olívia ama nesta cidade no tema “Até Lisboa”.

Agora, Olívia faz o percurso contrário: depois de lotações esgotadas durante catorze semanas no Teatro Laura Alvim no Rio de Janeiro e de uma grande digressão que passou por São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Belo Horizonte, e que ainda passará ´por Paris, a cantora traz o espectáculo “A vida é perto” a Lisboa. E trá-lo ao Teatro Mundial porque este é um espectáculo que, como o nome indica, precisa de estar perto das pessoas, porque este não é bem um espectáculo, é um segredo, uma confissão, uma confidência…

O Teatro Mundial é um teatro pequeno, intimista, um Teatro que só agora ganha a música, primeiro com Seu Jorge, agora com Olívia, e em Abril com Tord Gustavsen.

O público entra no teatro pelo camarim da artista, onde os objectos o convidam a entrar no universo de Olivia. Quando deixa o teatro, esse mesmo público sai com a sensação de ter passado uma noite na sala de estar de Olívia Byington, ouvindo as suas canções, as suas estórias, os seus fracassos e as suas vitórias, tudo isto ilustrado por objectos pessoais da cantora, manuscritos de poetas e músicos e, sobretudo, pelas canções, pelas muitas canções que falam tanto dela como as suas próprias estórias.

Por isso, não poderiam estar apenas as parcerias com o poeta português como “Areias do Leblon” ou “Por dentro das canções”, era necessário que os outros muitos parceiros que com ela fizeram música, com ela dividiram o palco, com ela construíram uma carreira de um prestígio inquestionável, também estivessem presentes. Por isso estão lá “Anos dourados” e “Modinha” de Tom Jobim. Por isso as belas palavras de Geraldo Carneiro e Cacaso, por isso “De que callada manera” de Pablo Milanês. Por isso “Alguém cantando” e “Muito romântico” de Caetano Veloso. Por isso também “Mais clara, mais crua” que Egberto Gismonti fez para o primeiro disco de Olívia e depois perdeu a letra e ficou mundialmente conhecida como “Palhaço”.

O público ri, chora, intervêm, questiona, emociona-se e sai do Teatro com a sensação de que esteve ali a viver um espectáculo mais do que a assistir um espectáculo.

Foi isso que levou Luís Fernando Veríssimo a declarar ao jornal “o Globo” do Rio de Janeiro que “O único problema do espetáculo é que depois de ver e ouvir a Olívia, você custa a voltar para o chão”.

TEATRO MUNDIAL | 14 a 24 de Fevereiro | 21h30
5ª, 6ª, sábado e domingo


Rua Martens Ferrão, 12A (a Picoas) | 1050-165 Lisboa
Bilheteira: 213 574 089

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

where you come from!

11:07  

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