domingo, fevereiro 17, 2008

TOOTS THIELEMANS | Março 2008

Depois do sucesso da passagem de Toots Thielemans por Portugal, em 2005, a Mandrake tem o prazer de voltar a apresentar o virtuoso da harmónica em palcos portugueses.

Se há um artista que marcou e marca a história mundial do Jazz, ele é Jean Toots Thielemans, músico belga responsável pela introdução da harmónica no Jazz. Mas, curiosamente, a sua primeira paixão foi o acordeão, que toca desde os três anos. O gosto pela harmónica surgiu mais tarde e, no início, apenas como um passatempo. Aliás, o acaso explica uma parte importante da sua história de vida.

Foi de uma forma pouco convencional, ou melhor, numa aposta, que Toots ganhou a sua primeira guitarra, instrumento que aprendeu a tocar com o guitarrista de jazz, Django Reinhardt, o seu grande ídolo, e que domina com arte e mestria. Foi também por acaso, durante a II Grande Guerra, aquando da ocupação alemã, que descobriu os sons do Jazz, música que lhe entrou no ouvido e se lhe colou na pele. E é a partir desta época que a história de Toots Thielemans se cruza com a do Jazz.

Aos 85 anos, Toots Thielemans mantém jovem o talento que faz dele uma das maiores referências da história do Jazz e regressa a Portugal em Março de 2008 para dois inesquecíveis concertos: dia 4, na Casa da Música, no Porto, e dia 6, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.


04 de Março - PORTO - Casa da Música | 22h00
06 de Março - LISBOA - CCB | 21h00

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

OLIVIA BYINGTON – “A vida é perto”

Olivia Byington lançou o seu décimo disco em 2005 em Portugal e só em 2006 no Brasil. Esta ordem não existiu à toa, é que este é o disco mais português da cantora. Em primeiro lugar por ser composto, quase na totalidade, por parcerias da própria cantora com o poeta português Tiago Torres da Silva, depois por recorrer a arranjos do virtuoso guitarrista Pedro Jóia e, por último, por fazer uma declaração de amor a Lisboa, à luz de Lisboa, aos amores de Lisboa, a tudo aquilo que Olívia ama nesta cidade no tema “Até Lisboa”.

Agora, Olívia faz o percurso contrário: depois de lotações esgotadas durante catorze semanas no Teatro Laura Alvim no Rio de Janeiro e de uma grande digressão que passou por São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Belo Horizonte, e que ainda passará ´por Paris, a cantora traz o espectáculo “A vida é perto” a Lisboa. E trá-lo ao Teatro Mundial porque este é um espectáculo que, como o nome indica, precisa de estar perto das pessoas, porque este não é bem um espectáculo, é um segredo, uma confissão, uma confidência…

O Teatro Mundial é um teatro pequeno, intimista, um Teatro que só agora ganha a música, primeiro com Seu Jorge, agora com Olívia, e em Abril com Tord Gustavsen.

O público entra no teatro pelo camarim da artista, onde os objectos o convidam a entrar no universo de Olivia. Quando deixa o teatro, esse mesmo público sai com a sensação de ter passado uma noite na sala de estar de Olívia Byington, ouvindo as suas canções, as suas estórias, os seus fracassos e as suas vitórias, tudo isto ilustrado por objectos pessoais da cantora, manuscritos de poetas e músicos e, sobretudo, pelas canções, pelas muitas canções que falam tanto dela como as suas próprias estórias.

Por isso, não poderiam estar apenas as parcerias com o poeta português como “Areias do Leblon” ou “Por dentro das canções”, era necessário que os outros muitos parceiros que com ela fizeram música, com ela dividiram o palco, com ela construíram uma carreira de um prestígio inquestionável, também estivessem presentes. Por isso estão lá “Anos dourados” e “Modinha” de Tom Jobim. Por isso as belas palavras de Geraldo Carneiro e Cacaso, por isso “De que callada manera” de Pablo Milanês. Por isso “Alguém cantando” e “Muito romântico” de Caetano Veloso. Por isso também “Mais clara, mais crua” que Egberto Gismonti fez para o primeiro disco de Olívia e depois perdeu a letra e ficou mundialmente conhecida como “Palhaço”.

O público ri, chora, intervêm, questiona, emociona-se e sai do Teatro com a sensação de que esteve ali a viver um espectáculo mais do que a assistir um espectáculo.

Foi isso que levou Luís Fernando Veríssimo a declarar ao jornal “o Globo” do Rio de Janeiro que “O único problema do espetáculo é que depois de ver e ouvir a Olívia, você custa a voltar para o chão”.

TEATRO MUNDIAL | 14 a 24 de Fevereiro | 21h30
5ª, 6ª, sábado e domingo


Rua Martens Ferrão, 12A (a Picoas) | 1050-165 Lisboa
Bilheteira: 213 574 089